



Começando pelo início do meu dia como noiva.
Embora a última semana tenha sido a mais tranquila desde o início da jornada - o que era, era, o que não era, paciência - a última noite foi a mais longa. Quase não dormi. A ansiedade não deixava.
Acordei e fui cuidar dos últimos detalhes: retocar a placa da entrada (uma história à parte) e picar papel laminado. (Siiiiim, papel laminado fica lindo no lugar do arroz - dica precisosa de minha assessora - mas o trabalho de picar é um porre).
Estava sozinha em casa. Me mudei pro novo apê duas semanas antes do casório.
Fiquei em paz, sem ninguém para me estressar.
Arrumei minha malinha para ir ao salão: calcinha, meias, sandálias (casei de sandália alta), escova e pasta de dentes, desosdorante, brincos, jóias, grinalda e demais acessórios.
Fiz meu almoço light, frango assado e salada, almocei e fui para o salão.
Fechei o dia da noiva apenas na parte da tarde.
E desde o segundo em que saí de casa meu coração não parou mais de bater acelerado.
A ficha caiu - pensei.
Desci no salão para minha tarde de massagens, drenagens, ofurô, banho de lua, etc, etc. A equipe do salão estava eufórica para saber de quem era o vestido ornamentado que havia chegado pela manhã.
Sinceramente, o dia da noiva é uma terapia. Longe de tudo e todos, um momento para relaxar. Cem vezes mais casasse, cem vezes mais o faria.
Depois de minhas atividades sozinha, cabelo em salas cheias de noivas.
Éramos sete. Uma me convidou para dividir o prosecco, a outra para sentar junto a ela na hora do lanche.E fomos contando nossas histórias. E elas ficaram encantadas com meu casamento caipira.
Convenhamos, eu era a noiva mais original do recinto. Hahahaha
As noivas que saíram antes de mim se lamentaram por não me ver pronta.
Já estava vestida à seis, apesar da cerimônia ser à oito. Maquiagem azul e rosa, uma barbie!
Cabelo clássico, com franja de lado. O todo-preso deixou meu rosto redondo parecendo uma carinha de boneca, e o véu no topo do penteado (para ser usado cobrindo o rosto) emoldurou tudo.
Quando me vesti, todos esperavam, ansiosos. O salão parava para me ver passar. Ninguém viu nada igual antes.
Dá licença, que meu bumbum é grande, mas minha criatividade e de minha designer ocuparam todo o espaço neste dia.
Desfilei um pouco, depois fiquei sentadinha esperando meu fotógrafo. E o frio na barriga e a ansiedade crescendo!
Ele chegou. Descemos para o jardim e eu fui caras e bocas, até o fim da festa.
E continua...